Caldevilla, Raul de. 1876-1951

Produtor, 1842 – 1994


Raul de Caldevilla nasce em 1876 no Porto, filho de pais espanhóis. O pai, Nicolas Caldevilla, está envolvido no projecto da Ponte Maria Pia. Concluída a obra, regressa a Espanha onde se ocupa como fotógrafo. Talvez por sua influência, também Raul se vai dedicar à fotografia, empregando-se na casa portuense Fotografia União, onde permanece até 1904. Entretanto, frequenta o Instituto Industrial e Comercial do Porto, sem chegar a completar o curso de Comércio.
Casa-se por esta altura com Maria da Hora Lebre, com quem terá quatro filhos: Maria Paulina, Fernando, Dionísio e Maria Alice. A primeira filha nasce em Cádiz, no Sul de Espanha, onde Caldevilla desempenha o papel de Vice-Cônsul de Portugal.
Entre 1908 e 1913, viaja pela América do Sul na dupla função de agente comercial do Governo Português e de delegado comercial da Real Companhia Vinícola do Norte de Portugal. Regressa depois ao Porto para dar início a uma nova carreira como publicitário, não sem antes ter passado uma temporada em Paris onde aprende mais sobre esta técnica comercial.
Em 1914, funda o ETP – Escritório Técnico de Publicidade, criando assim a primeira agência completa de publicidade em Portugal.
Em 1917, com o sucesso da campanha da subida à Torre dos Clérigos pelos Puertollanos, Caldevilla concebe um novo projecto empresarial em que a publicidade se alia às artes gráficas e ao cinema. Dois anos depois muda o escritório para o Palácio do Bolhão, na Rua Formosa, onde estabelece, com um novo conjunto de sócios, a Empresa Técnica Publicitária Film Gráfica Caldevilla.
No entanto, o lançamento em simultâneo de duas novas divisões do negócio provoca um estrangulamento financeiro e, por sua vez, um conflito entre os investidores que acabará por ditar a saída de Caldevilla.
O ano de 1923 marca um ponto de viragem na sua vida. A saída da sociedade, entretanto rebaptizada como Empresa do Bolhão, marca o fim da sua primeira e sensacional incursão no mundo da publicidade.
Ao longo dos dez anos seguintes, a sua actividade profissional toca em diversas áreas, entre elas a venda de seguros de vida, no final dos anos 1920, e uma breve experiência como radialista.
Nestes anos, Caldevilla e a família deixam a casa da Avenida da Boavista e transferem-se para as Antas, para a Rua de Nevala.
Imprescindível no calendário anual são as temporadas estivais nas termas, em Vizela, em São Pedro do Sul ou, mais tarde, em Caldelas ou no Gerês. Nestas estâncias congregam-se várias figuras ilustres do Porto, de que os jornais da cidade vão dando nota, incluindo alguns amigos próximos de Caldevilla. De referir, em particular, Abílio Campos Monteiro, o médico, escritor e consultor literário da Caldevilla Film com quem Raul manterá uma longa e próxima amizade.
Em 1933, cria no jornal portuense O Primeiro de Janeiro a secção “Utilitário”, firmando assim o seu regresso à publicidade, de que se ocupa até ao final da vida e no qual, mais tarde, conta com a colaboração do genro Fradique Paula Santos. Raul de Caldevilla morre em 1951 no Porto aos 74 anos.

  • Descrição
    • Tipo de entidade Pessoa

    • Código parcial CLDV
    • Data de produção 1842 – 1994
    • Data de existência 1876/11/28 – 1951/08/28
    • Língua
      Portuguese
    • Alfabeto
      Latin

  • Relações