Escritório Técnico de Publicidade

Série, 1914 – 1923

PT-CMP-AM/PRI/CLDV/4697

  • Objectos Digitais
  • Ver em ecrã completo

  • Descrição
    • Identificador 888608
    • Código parcial 4697
    • Arquivo
    • Produtor
    • História administrativa

      Antes de regressar definitivamente ao Porto, em 1912 Raul de Caldevilla passa uma temporada em Paris onde conhece os grandes publicitários da altura, D. C. A. Hemet e, sobretudo, Octave-Jacques Gérin, que vem a considerar o seu mestre.
      Dois anos depois, cria o ETP – Escritório Técnico de Publicidade, a primeira agência completa de publicidade em Portugal, com primeira morada na Rua do Moreira, passando pouco depois para a Rua 31 de Janeiro.
      Em Maio de 1914 discursa perante o Ateneu Comercial do Porto, dando a conhecer à elite empresarial da cidade as potencialidades comerciais da publicidade. Alguns destes homens virão mais tarde a participar como sócios nos projectos de Caldevilla.
      Três anos depois, batem à sua porta dois obreiros espanhóis, pai e filho, que se dedicam à reparação de cruzes de igrejas e de pára-raios, escalando os edifícios sem recorrer a cordas ou a andaimes. Desejam anunciar os seus serviços nos jornais do Porto, mas Caldevilla concebe para eles melhores planos.
      Perante a multidão que os observa cá em baixo, os Puertollanos escalam a Torre dos Clérigos até ao topo, de onde lançam folhetos e simulam tomar chá. Caldevilla recorre ao cinema para ampliar o efeito do golpe publicitário e o filme “Um Chá nas Nuvens” exponencia o sucesso de vendas das bolachas Petit Beurre, a marca escolhida para a campanha.
      Caldevilla torna-se uma celebridade e as suas aspirações empresariais ganham novos horizontes. Em 1919, muda o escritório para o grandioso Palácio do Bolhão, na Rua Formosa, nos terrenos do qual irá instalar uma oficina de artes gráficas. Os filmes com os Puertollanos evidenciam-lhe as potencialidades promocionais do cinema. Nesse ano, converte o ETP em Empresa Técnica Publicitária Film Gráfica Caldevilla, aliando à publicidade as artes gráficas e o cinema, duas novas áreas de negócio que, segundo acreditava, permitiriam gerar sinergias comerciais.
      As constantes e avultadas entradas de dinheiro com vista a suprir as necessidades de investimento, sobretudo com a secção cinematográfica em Lisboa, levam a um conflito com o principal sócio, João Lopes de Oliveira, que irá forçar a saída de Caldevilla, o que acaba por acontecer no início de 1923. A firma é então rebaptizada de Empresa do Bolhão. Especializando-se em trabalhos gráficos, continuará a operar no mesmo local até ao início dos anos 1990.

    • Dimensões

      1 folha; 2 livros; 3 folhetos; 3 fotografias

    • Local de consulta

      Arquivo Histórico