Produtor, 1945
A 13 de Abril de 1945 um grupo de jovens cinéfilos pertencentes à tertúlia de cinema a "República dos Pardais", fundada em 1944 no Liceu Alexandre Herculano, e liderados por Hipólito Duarte Cardoso de Carvalho, criam no Porto o Clube Português de Cinematografia (CPC), com a missão de "desenvolver o gosto pelos mais sérios problemas da cinematografia".
A 23 de Março de 1946, com o apoio da firma portuense de artigos fotográficos Pathé-Baby, exibem a sua primeira sessão cinematográfica no salão do “Grupo dos Modestos”.
Em 1946, publicam o primeiro número do boletim informativo “Projector”, iniciam a aquisição da biblioteca cinematográfica e realizam o programa radiofónico “Vamos falar de Cinema”.
Em 27 de Março de 1948, o Clube Português de Cinematografia – Cineclube do Porto aprova os primeiros estatutos em Assembleia Geral, validados pelo Governo Civil do Porto, pelo Alvará n.º 113, de 1 de julho do mesmo ano.
É também em 1948 que o clube se inscreve na Federação das Coletividades e inicia uma campanha para angariação de sócios.
Aderem ao clube cinéfilos amadores como António Lopes Fernandes e profissionais, como o operador Fernando Neves.
Nos anos 50, já dirigido por Henrique Alves Costa, o número de associados ultrapassa os 2000 e desenvolve uma intensa atividade, apostando na formação de modo a “defender e dignificar o cinema e desenvolver no público o gosto e o interesse pelos aspetos técnicos e estéticos da arte cinematográfica”. Neste sentido publicam-se os cadernos da coleção “Projecção”, realizam-se sessões infantis e outra dedicada ao Cinema Português, marcada pela apresentação do filme de Manuel de Oliveira “Douro, Faina Fluvial”.
O boletim informativo “Projector” é substituído pelos programas das sessões de cinema, para os quais contribuiriam artistas plásticos da cidade, como Armando Alves, Ângelo de Sousa, José Rodrigues, António Bronze, Alice de Sousa, entre outros.
Realizam-se ciclos de cinema britânico, brasileiro, japonês, italiano, francês, mexicano, americano, assim como, ciclos dedicados a realizadores e a atores.
Em 1955, Henrique Alves Costa organiza o 1º Encontro dos Dirigentes dos Cineclubes Portugueses, deste encontro o movimento cineclubista sairia reforçado.
O ano de 1961 é um marco na atividade do Cineclube: a secção do Cinema Experimental produz o Auto de Floripes.
Mesmo com o cerco mais apertado da censura, o Cineclube prossegue com a sua atividade e em 1967, realiza a Semana do Cinema Português, um marco na história do cinema português e para uma geração de cineastas.
Com a Revolução de Abril de 1974, a interpretação divergente da liberdade de expressão e a politização das atividades originam uma crise associativa e a diminuição dos associados. Mesmo com dificuldades financeiras o Cineclube continuou a desenvolver a sua atividade, e nas décadas seguintes recuperou a sua massa associativa e o seu prestígio cultural.
Atualmente, o Cineclube do Porto desenvolve uma atividade regular, exibindo sessões bissemanais na Casa das Artes e organiza regularmente sessões especiais, oficinas, exposições e publicações. O Cineclube do Porto tem o apoio da Direção Regional de Cultura do Norte e do Instituto do Cinema e Audiovisual. Em 2010, criou um programa de internacionalização do cinema português tendo sido curador dos programas Aula Aberta, Portuguese Abroad e Portuguese Enigma.