Produtor, 1897 – 2009
António Pedro Barros Cruz Caldas nasceu a 17 de dezembro de 1897 na Rua do Bonfim, no Porto. É filho de Bernarda Rosa e de José Fernandes Caldas, escultor de imagens religiosas. Foram seus padrinhos de batismo a pintora Aurélia de Sousa e o escultor António Teixeira Lopes.
Em 1925 iniciou-se numa das principais áreas da sua carreira, a caricatura e a sátira de costumes, no semanário humorístico Cocorocó. O jornal era dirigido por Carvalho Barbosa e Arnaldo Leite, com quem o artista manteria grande amizade ao longo da vida.
No ano seguinte, esteve presente com 3 obras no Salão dos Humoristas Portugueses no Porto, uma das exposições que difundiram o movimento modernista em Portugal.
Ainda em 1926, desenhou a capa do livro “O homem que matou a atriz”, que foi um dos seus primeiros trabalhos como capista e ilustrador de livros, em que também se iria notabilizar.
Em 1927 deu início à sua colaboração com o Jornal de Notícias. Neste mesmo ano casou com Lucília Augusta Amorim Silva.
Durante a década de 1930, o artista colaborou com outros jornais humorísticos da cidade, como Cocorocó e Maria Rita. Além disso, trabalhou pela primeira vez para teatro, fazendo o cenário da revista “Porto à Vista”. Ao longo dos anos seguintes, continuou a fazer cenários, panos de boca de cena, cartazes, folhetos, programas para espetáculos.
Em 1934 passou também a trabalhar como publicitário, na Empresa do Bolhão, para a qual iria criar inúmeros anúncios a diversas marcas e produtos.
Continuou a publicar os seus cartoons e desenhos durante as décadas seguintes em várias publicações periódicas, como os matutinos O Primeiro de Janeiro e O Comércio do Porto, a revista O Tripeiro, e várias outras. Ao longo da vida, caricaturou um sem número de figuras do desporto, da arte, da política.
Colaborou regularmente com instituições da cidade, como o Orfeão do Porto ou a Assembleia de Campanhã.
A Sociedade Nacional de Belas Artes reconheceu o seu mérito como caricaturista, atribuindo-lhe o Prémio de Caricatura Leal da Câmara em 1953 e, novamente, em 1956.
António Cruz Caldas morreu no Porto, em 1975.