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A Real Biblioteca Pública da Cidade do Porto foi criada a 9 de Julho de 1833. Financiada pela Fazenda Pública, a Biblioteca era administrada pela Câmara Municipal, estando dependente da inspeção do Ministro e Subsecretário de Estado dos Negócios do Reino.
O primeiro fundo da Biblioteca foi constituído pelas obras das livrarias dos conventos abandonados. A livraria do Bispo da Diocese do Porto, D. João de Magalhães e Avelar, foi também integrada na Biblioteca constituindo um dos seus principais fundos. Recebeu também o núcleo bibliográfico do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, de onde vieram raríssimos incunábulos.
A 1 de Outubro de 1856 entrou em vigor o Regulamento Interino para a Real Biblioteca Pública do Porto, dando execução ao artigo 14 do Decreto de 9 de Julho de 1833.
Durante a presidência da Câmara de Francisco Pinto Bessa (1876-1877), o Governo deixou de ter a seu cargo a inspeção da Biblioteca, transferindo essas competências para o município do Porto, passando a ser considerada estabelecimento municipal para todos os efeitos.
A partir de 1910 a Biblioteca Pública Municipal do Porto implementa uma reorganização dos serviços, que passam a compreender três secções: Serviços Técnicos, Serviços Administrativos e de Leitura. No decorrer do século XX, a Biblioteca Pública Municipal do Porto sofreu uma ampla remodelação ao nível dos equipamentos e organização. A par da modernização tecnológica, as vertentes do acesso e da leitura pública foram progressivamente reforçadas, através da criação e remodelação de diversos serviços que procuram chegar a todos os públicos.
O edifício primitivamente destinado para sede da Biblioteca foi o Hospício dos Religiosos de Santo António do Vale da Piedade, situado na Praça da Cordoaria. Durante algum tempo a Biblioteca esteve nesse edifício, sendo posteriormente transferida para o Paço Episcopal. Em 1839 foi decidido que a Biblioteca Pública ficaria instalada definitivamente no edifício do Convento de Santo António da Cidade, situado em S. Lázaro. Após obras de adaptação, abre ao público no referido convento em 1842. O edifício da Biblioteca foi integrado definitivamente no património municipal em 1947.