Comissão Municipal de Subsistências. 1916-1918

Produtor, 1916 – 1918


Em março de 1916, devido à conjuntura internacional provocada pela Grande Guerra, começa a escassear o pão de milho em Portugal. Como era a base da alimentação das classes pobres, a sua falta originou conflitos sociais graves.
Na reunião da Câmara Municipal do Porto de 5 de abril de 1916 é criada a Comissão de Subsistências, constituída por 6 vereadores (Manuel José Pereira Leite Júnior, José Cardoso Sampaio Lima, Manuel Pinto de Azevedo, João Pinto Maravilhas Pereira, João Dias da Silva e António Marques Lima Júnior) e presidida por um deles, Manuel Pinto de Azevedo, para o estudo de soluções para a crise alimentar.
O presidente desta comissão colocou gratuitamente à disposição da Câmara, até ao fim da Grande Guerra, uma oficina de panificação. Assim, iniciou-se a venda do pão da Câmara ou “casqueiro”, como o povo começou a designá-lo.
A Câmara Municipal do Porto exerceu assim funções de abastecimento e de regulação dos preços dos géneros, combatendo a especulação. Tomadas estas medidas, entendeu a Câmara estar terminada a sua intervenção no que respeitava à crise das subsistências.
No entanto, algum tempo depois, os preços dos géneros voltariam a subir e a Câmara Municipal do Porto viu-se obrigada a intervir novamente, desta vez através da regulação do mercado: a Comissão de Subsistências comprava carregamentos de cereais para venda aos panificadores.
Entretanto, alguns destes começaram a açambarcar o milho, aguardando a falha no stock da Câmara para depois venderem a boroa a um preço inflacionado. Para combater esta prática o município passou a moer os cereais, o que inviabilizava o seu armazenamento prolongado, vendendo a farinha para a indústria de panificação.
A Comissão Municipal de Subsistências contribuiu para que a crise alimentícia fosse menos dramática na cidade do Porto, através da compra e venda dos produtos em falta, como o pão, mas também o açúcar, o arroz e o bacalhau. Esta intervenção resultou numa descida dos preços dos bens alimentares, beneficiando a população mais carenciada.
A sede da Comissão Municipal de Subsistências estava instalada na freguesia do Bonfim, num edifício cedido à Câmara por um industrial.

  • Unidades Documentais

  • Descrição
    • Tipo de entidade Coletividade

    • Código parcial CMS
    • Data de produção 1916 – 1918
    • Data de existência 1916 – 1918
    • Zona geográfica

      Porto (concelho)

    • Funções, ocupações e actividades

      A Câmara Municipal através da Comissão de Subsistências exerceu funções de regulação de preços e de abastecimento de géneros alimentares.

    • Dimensão e Suporte

      1 livro


  • Relações